11.01.22

O que esperar para as criptos?

O final de 2021 frustrou as expectativas de que o Bitcoin alcançasse a cotação recorde de US$ 100 mil. Para Changpeng Zhao, CEO da Binance, no entanto, a valorização da moeda digital é inevitável.

Para ele, os trilhões de dólares despejados pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) na economia ainda não foram absorvidos pelos mercados. Os estímulos do Fed são apontados como um dos principais responsáveis pelo rali das bolsas e das criptomoedas em 2021.

“Quando você imprime de 30% a 40% mais dinheiro em um ou dois anos e esse dinheiro circula apenas para um número pequeno de players e é usado para resgatar grandes empresas, grandes bancos, esse dinheiro não flui para todas as partes da economia de forma instantânea", disse. "Normalmente, leva alguns anos para que isso aconteça”.

O empresário o sino-canadense, de 44 anos, concedeu uma entrevista exclusiva ao InfoMoney como parte da programação do Onde Investir 2022, evento online e gratuito que reúne grandes nomes do mercado financeiro brasileiro e global ao longo de janeiro.

A entrevista na íntegra está disponível no player no início da matéria ou neste link.

O empresário já viu ciclos como esse acontecerem algumas vezes. Zhao soube da existência do Bitcoin em 2013, após um amigo mencionar a criptomoeda em um jogo de poker. Ao conhecer a tecnologia, ele se convenceu de que aquilo seria o futuro – a ponto de vender seu apartamento para comprar tudo na criptomoeda.

Ele fundou a Binance em 2017. Em menos de cinco anos, a empresa se tornou dominante no setor, movimentando US$ 18 bilhões em criptos por dia, quase o quádruplo que a segunda colocada Coinbase. Hoje, Zhao acumula fortuna de US$ 96 bilhões, sem contar suas criptomoedas – ele confessa que mantém “quase tudo em cripto”, mas não revela a quantia.

Mas se a valorização do Bitcoin é inevitável, de qual deve ser a sua magnitude? Zhao não arrisca um palpite sobre o preço da criptomoeda, e se define como avesso a projeções. “Não acredite nas previsões de ninguém”, recomenda.

“Ninguém sabe como será o futuro, e ninguém sabe quais serão os preços futuros. Isso torna essa indústria muito mais interessante do que mercados financeiros tradicionais”, aponta.

Ele lembra ainda que, ao contrário das ações, as criptomoedas são negociadas ao mesmo tempo em diversos países e a todo momento. São ingredientes que, na sua visão, tornam ainda mais difícil qualquer projeção.

Fundos imobiliários hoje no Onde Investir 2022

A programação do Onde Investir 2022 segue hoje com um painel sobre como investir em fundos imobiliários em tempos de juros altos. Quem vai falar sobre o assunto, a partir das 19h, são Camila Almeida, da gestora Habitat, e Caio Castro, da gestora RBR. Para acompanhar, clique neste link.

Mariana Segala, editora de Investimentos do InfoMoney

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